28 janeiro, 2008

Life in Cartoon Motion, de Mika

Gente, não sei se já falei por aqui (memória não é meu forte), mas eu era bastante desconfiada desse menino Mika (menino pq ele nasceu no mesmo ano que eu, então tenho direito). Se eu já falei, passe para o parágrafo seguinte. Mas todo mundo que estoura e vira sucesso da noite para o dia me deixa com pé atrás e, para completar, veio essa coisa de comparar ele com o Freddie Mercury (por favor néam?! sinta o exagero).

Life in Cartoon MotionDe qualquer maneira, sucumbi. “Life in Cartoon Motion” é do tipo de álbum que de primeira você pensa: ele está se esforçando demais. Mas a coisa vai para o sangue e de repente você só está ouvindo isso. Há dias, desde que comprei o CD (com uma capinha linda por sinal), ele não saiu mais do meu player.

Grace Kelly eu não preciso nem comentar. Com seu Q de musical da Broadway ou final feliz de filme, ela é o tipo de música que é impossível ficar parado quando toca. Pensando bem, isso é característica do disco quase todo. Com Lollipop, por exemplo, graças a seu refrão agudo semi-infantil, o clima é inocente, feliz e, claro, dançante.

Love Today, Stuck in the Middle e Relax, Take it Easy são as grandes responsáveis pela tal sensação de “esforço em excesso”, mas com o tempo você percebe que nem é esforço, ele realmente sabe soltar agudos como poucos. Afinal, quem sabe faz ao vivo.


"Relax, Take It Easy", ao vivo
Não, não é playback
Por favor, alguém dá um
PF pra esse moço, urgente!

Big Girl (You Are Beautiful) é um ato contra a monarquia do nosso Rei, defendendo a beleza que existe em toda gordinha de forma genial e contagiante (o clipe vale a pena demais). Continuando com temas incomuns, Billy Brown fala de homossexualismo de forma doce e simples, contando como Billy descobriu que na verdade seu interesse era “another man”.

MikaO clima muda um pouco com My Interpretation. Mika conseguiu em uma música o que James Blunt tenta há 4 anos. Não satisfeito, esse libanês (é, o Mika é libanês) repete o feito, melhorado, com Any Other World. E, só para ter certeza que ninguém mais vai miar “You’re Beautiful”, decidiu jogar Blunt no chão de vez e criou a balada que fecha o álbum, Happy Ending, provando que para ele fazer música romântica de qualidade é muito fácil e nem precisa chorar.

O único porém que eu tenho sobre o disco todo é a hidden track que vem na última faixa (Over My Shoulder que aparece aos 5:35). É uma canção bonita, calma, mas não combina em nada com todo o resto que, na minha opinião, é uma das melhores coisas que ouvi nos últimos anos.