Vazou e todo mundo já está ouvindo. A curiosidade é muita. Depois de todos os escândalos, Miss Spears lança seu quinto álbum de estúdio que chega às lojas na semana que vem.
A Princesinha do Pop tem uma carreira de muitas facetas dentro do gênero. Começou com o álbum ...Baby One More Time de 1999 que trazia canções românticas, batidas adolescentes e público alvo entrando na fase high school. Baby One More Time, Sometimes e Crazy eram exatamente o que se esperava da estrela infantil do Clube do Mickey, canções típicas de uma trilha sonora das produções cinematográficas da Disney. Christina Aguilera e os N’Sync também foram fruto dessa mesma safra. A diferença é que entre eles, Britney se destacou desde o começo e por isso ganhou o título de Princesa do Pop, afinal o cargo de Rainha já era (e ainda é) ocupado por Madonna.
O mesmo aconteceu com o álbum seguinte, Oops I Did It Again de 2000, trazendo hits como a canção que dá título ao álbum, Stronger e Lucky. Os dois primeiros releases da cantora continham faixas de estilos pop variados, baladas melosas e até algumas canções surpreendentes como Soda Pop (no primeiro) que não se parece nada com as restantes, de levada pop que bebe no funky e no reggae.
Em uma segunda fase, com o álbum Britney de 2001, a adolescente estava virando mulher e abusou dos seus dotes físicos para chamar atenção. O videoclipe de I’m A Slave For You já é auto-explicativo. Ainda sem saber muito bem o que fazer com isso, típica confusão da idade, foi aos poucos moldando suas músicas para uma direção mais madura (no sentido de não indicada para menores mesmo) sem se libertar totalmente da visão de adolescente, Overprotected e I’m Not A Girl Not Yet A Woman são excelentes exemplos dessa confusão.
Em 2003, contou com o apoio de grandes nomes da música pop em In The Zone, que apesar de ser o álbum mais bem trabalhado até então, foi o pior em sonoridade. A única canção do álbum que mereceu destaque foi Toxic e até aqueles que renegavam Britney a todo custo aceitaram essa faixa como hit, virando sucesso das noitadas na maioria das boates do globo.
Até que a vida pessoal de Britney virou uma confusão e todos os detalhes sórdidos foram contados pelos tablóides do mundo. Todos queriam, e ainda querem, saber o que acontece com a moça: especulação sobre o fim da carreira, ela casou, ela raspou a cabeça, ela divorciou, “é o fim de Britney”. Será? Todos os lançamentos da moça até hoje chegaram às lojas como número 1 em vendas e, aparentemente, Blackout não será diferente. Apesar da apresentação desastrosa na MTV Americana e de todos os problemas enfrentados pela artista, ela está mais em alta do que nunca.
Blackout vem com 12 faixas que nada valorizam a voz de Britney e o destaque é total para os produtores, mas quem se importa? É fácil perceber que o álbum inteiro foi planejado para ter o mesmo efeito que a faixa Toxic. Britney não quer (nem pode) manter a pose de adolescente. Mãe, divorciada, problemática e, alguns ousam dizer, louca, ela precisava assumir outra postura.
Em 4 faixas, Britney contou com o dedo de ouro de Danja, produtor ‘filhote’ de Timbaland que jogou Nelly Furtado nas pistas com Promiscuous. Outras 4 faixas foram produzidas pela dupla Bloodshy & Avant que trabalharam com Madonna em Confessions on the Dancefloor. As 4 restantes contaram com Fredwreck, Kara Dioguardi, The Neptunes e T-Pain.
A primeira música de trabalho é também a primeira do álbum. Gimme More já mostrou a que veio sendo primeiro lugar em vendas na iTunes Store. A música virou sucesso assim que foi lançada e/ou vazou, qualquer opção vale. O que importa é que a faixa estourou e, para Britney, a Internet não é inimiga, é através dela que a cantora está fazendo mais sucesso do que nunca, tudo graças ao YouTube.
Na seqüência, o álbum traz Piece of Me. As letras são uma resposta com cara de deboche para toda a polêmica da vida pessoal de Spears. “Sou a Senhorita Sonho Americano desde que tinha 17 anos, não importa se apareço ou fujo para as Filipinas, ainda tirarão minhas fotos”. Convencida? Pode ser, mas ela não está mentindo.
Nas faixas seguintes o que se ouve é uma mistura de Black Eyed Peas, Skazi, Outkast, Missy Elliott, Pussycat Dolls e Belinda Carlisle. Difícil? É que as canções têm batidas eletrônicas, abusam do samplers e misturam sons exóticos, tudo isso com muitos backing vocals e remixes da voz de Britney que, por sua vez, varia entre sussurros e a típica voz de menina. Para fechar, Why Should I Be Sad podia facilmente ser uma faixa das TLC, do Usher ou de qualquer um desses estabelecidos no mundo do R&B.
Blackout tem tudo para estourar nas pistas de dança, agora só falta Britney realmente estabelecer a imagem que quer mostrar e contratar alguém competente para fazer seus videoclipes, coisa que até hoje ela não conseguiu.