31 outubro, 2007

Tim Festival 2007 - Anhembi

Depois do sono e da ressaca (e eu nem bebi), estou pronta para contar um pouco do que vi no Anhembi na noite de 28.

Para quem não sabe, na noite de domingo para segunda no Anhembi foi o grande evento da edição 2007 do Tim Festival em São Paulo. Foram 6 shows no mesmo local: Spank Rock, Hot Chip, Björk, Juliette and the Licks, Arctic Monkeys e The Killers, nessa ordem.

Já comento sobre a música, mas primeiro preciso dizer o quão absurda foi a falta de organização do evento. Na página do Tim, você podia checar os horários das apresentações, a ordem das bandas e várias informações importantes sobre os shows. Tudo muito bem organizado se fosse verdade. Só para você ter uma noção, o último show começou com quase 3 horas de atraso. O tempo de troca de palco era absurdo! Em média, uma hora de intervalo de um show para o outro.

Site do Tim FestivalO evento foi encerrado às 5 da manhã, sendo que ocorreu em uma noite de domingo para segunda. Para minha realidade, segunda-feira é dia útil, de trabalho, e essencial para pagar um ingresso de 200 ou 400 reais. O som pifou por 20 minutos no meio da segunda apresentação, os artistas não passaram som antes de se apresentarem por causa da chuva que caiu em São Paulo no sábado, de acordo com a organização do festival (o que não justifica!). E para fechar, a água acabou. Não que eles estivessem dando garrafinhas de água e elas acabaram, os copos de água que eram vendidos a 3 reais cada, acabaram.

O Tim Festival é organizado por uma das melhores produtoras de eventos do Brasil e não pode permitir falhas amadoras como essas. É uma falta de respeito com o público e com os artistas, afinal são eles que devem subir ao palco na frente de mais de 20 mil pessoas irritadas (quase 25 mil). Até nas críticas dos shows você pode perceber que à medida que o fim da noite foi chegando (ou a manhã se aproximando, o que preferir), as línguas ficam mais afiadas. É difícil agradar alguém que está há 10 horas em pé e sem poder comprar uma água sequer.

Dito isso, vamos aos shows.

- Spank Rock

Não conhecia o moço (ou o grupo) e, pelo que vi e ouvi no show, prefiro continuar sem conhecer. Acho impressionante como algumas pessoas conseguem meter o pau no funk carioca e ao mesmo tempo vangloriar músicas como as que o Spank Rock apresentou no Anhembi. A única diferença é o idioma e uma batida menos contagiante, atenção, eu disse menos. Quem não conhece e tiver curiosidade, dá um pulinho da página do myspace da figura e olha as imagens relacionadas com cada faixa. Acho que só isso já explica bem o que eu quero dizer.


- Hot Chip

Eis que entra no palco um grupo de nerds. 5 figuras simplórias que te fazem lembrar os meninos que apanhavam naqueles filmes de sessão da tarde. O show começa e o choque é inevitável. O som dos ingleses do Hot Chip ao vivo é digno das noitadas mais loucas das badaladas boates do mundo. Ouvindo as gravações insossas é difícil entender como eles fazem o público tirar o pé do chão. Não sei dizer se foi por estarem na frente de um público enorme ou se já tinham sido apresentados à caipirinha, mas o fato é que o show mostrou música eletrônica de qualidade com batidas explosivas até que o som parou de funcionar. O público ficou meio sem entender o que tinha acontecido, se o show era só aquilo mesmo, e foi pior ainda quando eles voltaram ao palco 20 minutos depois.


- Björk
Foto de Daigo Oliva, disponível no G1
Uma hora de preparação de palco, quase justificável devido à quantidade de detalhes. Bandeiras no alto, bandeiras nas laterais, lasers, tvs de plasma, gelatinas coloridas, todo o fundo de palco coberto, entre outras coisas. Depois de muita espera, entraram as 10 islandesas dos metais seguidas por uma Björk colorida que lembrava uma boneca de pano. O espetáculo (não é um simples show) merece uma entrada à parte aqui no blog. Só devo dizer que o que você ouve no CD, ela te entrega ao vivo e com mais emoção. A voz não deixa a desejar em momento algum, mostrando o tempo todo porque é uma artista tão venerada atualmente. Parafraseando o título de uma crítica: uma artista rara.


- Juliette and the Licks

Sabe o clichê do rock’n’roll? Pois é. A Juliette como cantora é uma excelente atriz. É uma Courtney Love nova que exibe seus dotes físicos no palco da maneira mais escrachada possível se contorcendo em meio aos Licks, 4 músicos que também não deixam nada a desejar em termos de aparência. No mais, musicalmente falando, ela grita, ela...bom, ela grita.


- Arctic Monkeys

Pessoalmente, achei o show bem repetitivo. Teve seus pontos altos nos grandes sucessos da banda que se apresentou de forma simples sem grandes aparatos visuais, se apoiando exclusivamente na música. Levantaram o público e isso merece respeito, pois a maioria ali já não agüentava nem ficar de pé.


- The Killers
Foto de Daigo Oliva, disponível no G1
Foi o atraso mais inacreditável de todos. O show do Arctic Monkeys acabou eram 2:45 da manhã, o do The Killers começou às 4. O público vaiava, xingava, batia palma, mas nada adiantava. Simplesmente não começava. Parecia que a qualquer momento alguém chegaria no palco e diria: Desculpem, mas o The Killers faltou.
Talvez por ver que seria uma apresentação difícil com um público nervoso, Brandon Flowers caprichou logo na entrada. Posudo, o vocalista às vezes deixava transparecer a alegria (ou choque) com o coro do público que cantou todas as músicas que a banda apresentou, algumas o coral começava já no primeiro riff. A banda, que alguns dizem não ter grandes pretensões artísticas, mostrou que sabe, e muito bem, levar uma multidão. Depois de 10 horas de maratona, os remanescentes no Anhembi (que não eram poucos) pularam como se fosse a primeira apresentação da noite e o cansaço parecia inexistente. Este é outro show que merece uma entrada à parte, e ganhará uma em breve.

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Encerro aqui um resumo light do Tim Festival 2007 - Anhembi e outros detalhes virão.