O 30 Seconds To Mars, que se apresentou no Tom Brasil (SP) no último dia 21 de outubro, está colecionando troféus pelo mundo e ganhou mais um na semana passada, o prêmio de Melhor Artista de Rock no European Music Awards 2007, em Berlin.
A banda foge o máximo que pode do estereótipo do ator-gatão que decidiu cantar – Jared Leto é lindo (na verdade é um escândalo), além de ser um ator conhecido em Hollywood por filmes como "Réquiem para um Sonho", "Clube da Luta", "Alexandre" entre outros – surpreendentemente, o 30 Seconds To Mars é mais que o estereótipo. A coleção de prêmios que vem recebendo é um belo indicativo.
A banda foi criada por Jared e seu irmão, Shannon Leto, em 1998. O primeiro release da dupla foi o álbum 30 Seconds To Mars de 2002, produzido apenas pelos 2 irmãos. Shannon ficou responsável pela bateria e Jared, além do vocal, gravou as guitarras, o baixo e os synths.
O primeiro trabalho demonstra um esforço por qualidade quase exagerado. Demorou 4 anos para ser lançado e trouxe letras que exibem conhecimento da língua inglesa, às vezes, arcaica, talvez para mostrar que o autor, Jared, não é apenas um rostinho bonito. Apesar da dupla afirmar que suas influências principais foram Incubus, Chevelle e outras bandas do cenário pós-grunge, esse primeiro álbum tem características que lembram grupos de Death Metal com o uso de símbolos e figuras mitológicas, Glam Rock no visual de Jared e Shannon e, por fim, o Goth Rock na sonoridade e linguagem. Uma mistura complexa que resultou em 11 faixas bem trabalhadas que lembram muitas coisas, mas que não inovam em nada.
Após 3 anos e uma turnê mundial, a dupla se transformou em grupo para criar o A Beautiful Lie, incluindo Tomo Milicevic na guitarra e Matt Wachter no baixo. Esse segundo álbum é bem diferente do primeiro. A Beautiful Lie é composto por 12 faixas menos complexas, de fácil digestão e alguns hits, como "The Kill" e "From Yesterday".
O álbum todo tem uma temática única: expressar um amor que não deu certo de forma nervosa. Típico de uma banda emo, mas deixando os preconceitos de lado é fácil ver que o objetivo da banda não é fazer um grupo de adolescentes chorarem e sim criar música de qualidade, mesmo que nem sempre o objetivo seja atingido em sua máxima. Variando entre um tom suave e os berros loucos de Jared, A Beautiful Lie se mostra um trabalho coerente e uma evolução musical nítida em comparação ao primeiro trabalho.
Chega a ser engraçado que neste álbum é possível perceber a semelhança com Incubus, mas segundo Jared a influência vem de bandas como U2 e The Cure. É preciso ignorar as declarações da banda que acabam por aumentar as expectativas sobre o álbum, frases como “queremos fazer algo diferente, novo” ou até mesmo citar Zeppelin como influência são uma bela mentira, pretensão em excesso e não corresponde ao que a banda entrega. Agora, se você está buscando rock descompromissado, bem feito, fácil de ouvir e que entretenha, A Beautiful Lie é uma ótima pedida.
Clique aqui para ver o site oficial da banda.